2021 foi um ano determinante para o setor espacial. A crescente acessibilidade e sustentabilidade das tecnologias espaciais levou a um crescimento substancial dos investimentos relacionados com o espaço e da atividade de M&A, bem como à criação de parcerias estratégicas, à entrada de novos agentes privados e a um número recorde de lançamentos de satélites e de iniciativas de transporte de passageiros e de turismo espacial. Isto, obviamente, enquanto o sector continua a tentar superar os desafios causados pela pandemia da COVID-19, nomeadamente no que diz respeito à perturbação das cadeias de fornecimento e ao abrandamento da procura internacional de produtos e serviços.

Espera-se que 2022 traga mais desenvolvimentos relevantes e crescimento no sector espacial, que continuará também desempenhar um papel cada vez mais significativo no processo de recuperação e na crescente resiliência e capacidade global de recuperação face a crises.

A crescente procura de dados, serviços cloud, conetividade e tecnologias de navegação instrumentais para a entrega de serviços e produtos em todo o mundo – incluindo em áreas tão novas como a Internet das Coisas, veículos autónomos, drones, sistemas de realidade virtual, inteligência artificial e internet de alta velocidade por satélite -, bem como a discussão e aprovação das propostas legislativas atualmente em discussão, terão ainda mais impacto e acelerarão o desenvolvimento da indústria espacial a partir de 2022 e, muito provavelmente, produzirão um calendário legislativo de ritmo acelerado, com mudanças substanciais. Os stakeholders do sector espacial precisam, assim, de estar atentos às oportunidades que aí vêm e adaptar-se de modo a aproveitar as mesmas.

As principais tendências de 2021 e as prioridades expetáveis para 2022 em matéria jurídica, regulatória, política e de financiamento são indicadas abaixo. O Espaço continuará a desempenhar um papel central na resposta aos desafios ambientais, digitais e políticos de hoje e de amanhã, num domínio progressivamente contestado e estratégico, conforme evidenciado pelas quatro prioridades anunciadas pela UE durante a “European Space Conference” de 2022 e pelas conclusões do Conselho da União Europeia sobre “Um Espaço para Todos”.