José Miguel Carracho (Associado) é entrevistado pela Vida Judiciária num artigo sobre os Ativos virtuais e o contributo do Direito.

Questionado sobre quais as consequências que espera que o sector cripto enfrente na sequência do recente fracasso da FTX, o advogado afirma: “As consequências mais evidentes surgirão necessariamente relacionadas com a regulação deste sector. Devem evitar-se fenómenos de regulação excessiva com base em situações específicas, que não farão mais do que introduzir barreiras de acesso a novos intervenientes no mercado e promover fenómenos de concentração e quase-monopólio por parte de alguns operadores. Esta tem sido, aliás, a tendência nos últimos anos neste sector que agora se agrava com o colapso da FTX, adquirindo a Binance um estatuto de praticamente "too big to fail à escala global. Outra consequência benéfica que sairá deste fenómeno, assim o espero, será um maior entendimento ou "literacia crypto" por parte dos utilizadores, que estarão mais conscientes no que toca à avaliação dos projectos e criptoactivos onde investem, bem como aos riscos inerentes à custódia dos mesmos junto das exchanges tal deverá traduzir-se, por exemplo, numa tendencial preferência por custódia em wallets próprias, promovendo-se assim a descentralização que é, afinal, um dos grandes apanágios desta indústria, mas que tem sido substituída por força de alguma euforia de investidores pouco informados, acompanhada de estratégias de captura de mercado por parte das exchanges.”

Leia aqui a entrevista.