Ana Luís de Sousa assina um artigo de opinião no Jornal de Negócios onde sublinha o papel central da energia na viabilidade e competitividade dos data centers, num momento em que Portugal se posiciona como potencial hub digital da Europa. “A energia é hoje um pilar estratégico para o desenvolvimento e competitividade dos data centers”.

Destaca que o país reúne condições ímpares para atrair grandes infraestruturas tecnológicas — como o acesso a energia renovável, a rede de cabos submarinos, mão de obra qualificada e custos competitivos — mas alerta para os desafios estruturais que persistem, nomeadamente o acesso à rede elétrica e a ausência de um enquadramento jurídico dedicado.

“A energia deixou de ser apenas um input operacional para se afirmar como elemento determinante da viabilidade, competitividade e sustentabilidade destes projetos”, refere, acrescentando que a eletricidade consumida por centros de dados otimizados para inteligência artificial poderá mais do que quadruplicar até 2030.

Embora reconheça avanços, como os incentivos aos projetos considerados de interesse nacional ou auxílio estatal a conceder às indústrias portuguesas abrangidas pelo Estatuto do Cliente Eletrointensivo, defende medidas mais robustas. “Fica ainda a faltar uma clarificação quanto aos incentivos a conceder à implementação de data centers, cuja viabilidade dependerá, em grande medida, dos custos da eletricidade”, alerta.

Conclui que o caminho está traçado, mas é necessário agir: “Afirmarmo-nos como um pilar fundamental da economia digital europeia só depende de agirmos de forma estratégica, promovendo as condições para um acesso efetivo, previsível, competitivo e sustentável às fontes de energia renovável.”

  • Este artigo está disponível na edição de 3 de julho, do Jornal de Negócios.