Assunção Cristas e Catarina Pinto Correia, Sócias responsáveis pela área de Ambiente & Clima, publicaram no Expresso um artigo de opinião no qual analisam os principais resultados da COP30, realizada este ano em Belém, sublinhando a relevância desta conferência como um momento de viragem para a agenda da implementação climática.
No artigo, as autoras destacam que esta COP foi “ancorada na realidade”, trazendo para o centro do debate temas essenciais como a biodiversidade, as florestas tropicais e os direitos dos povos indígenas, conciliando-os com a necessidade urgente de acelerar a execução das medidas climáticas.
O acordo político aprovado — o Mutirão Global, subscrito por quase 200 países — reflete esta ambição ao estabelecer uma arquitetura prática para avanços em mitigação, adaptação, financiamento e transparência ao longo da década crítica que agora se inicia.
As Sócias da VdA apontam ainda dois aspetos marcantes: a maior coerência entre negociação e execução, com novos instrumentos de apoio às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) e dos Planos Nacionais de Adaptação (NAP); e a ausência de um roteiro global para eliminação dos combustíveis fósseis, apesar do apoio de mais de 80 países.
Para além destes aspetos, referem os avanços registados na mitigação e na adaptação, incluindo o lançamento de iniciativas como o Acelerador Global de Implementação e a Missão Belém para 1,5°C, a adoção de 59 indicadores voluntários para medir vulnerabilidade e resiliência e a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que já reúne cerca de 63 países, entre os quais Portugal. Destacam igualmente que 122 países apresentaram novas NDC, com Portugal a integrar o desafio das Blue NDC, reforçando a ligação entre oceano e clima.
Assunção Cristas e Catarina Pinto Correia concluem que, apesar dos avanços alcançados, o grande desafio reside agora na implementação, lembrando que a concretização da agenda climática depende de todos e que “a execução está também nas nossas mãos”.
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