Paula Gomes Freire, Managing Partner, integra o caderno Quem é Quem na Advocacia de Negócios em Portugal, publicado pelo Jornal Económico, com uma reflexão sobre os principais desafios da advocacia, a crescente relevância do negócio internacional e as áreas estratégicas de aposta para o setor. Para a Managing Partner da VdA “a advocacia está em plena transformação e enfrenta desafios muito exigentes, de carácter global”, num contexto marcado por mudanças estruturais profundas no mercado jurídico.

Entre os principais desafios, Paula Gomes Freire destaca “a transformação, quase radical, do quadro regulatório que abre parte crescente do mercado dos serviços jurídicos a novos atores de diferentes naturezas”, bem como “a reconfiguração dos paradigmas da indústria (…) imposta pela emergência da IA e pela sua expectável utilização generalizada a curto/médio prazo”.  Sublinha ainda que “os principais stakeholders – Clientes e Talento – são, eles próprios uma realidade em profunda transformação e forçarão a advocacia a reinventar-se”, acrescentando que, apesar de continuar a ser “uma indústria de pessoas em que o fator humano e a confiança serão elementos sempre diferenciadores”, o setor exigirá “novas competências e novos perfis e a capacidade de se relacionarem entre si de modo diferente”.

No plano internacional, salienta o peso crescente desta dimensão no posicionamento da VdA, afirmando que “a nossa expetativa é que em 2025 o negócio internacional represente uma componente ainda mais relevante do topline e que apresente níveis de rentabilidade muito interessantes”. A presença internacional da sociedade assenta numa rede integrada de escritórios nos países africanos de língua oficial portuguesa e em Timor-Leste, sendo que “estamos presentes em Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste através de escritórios totalmente integrados na rede VdA Legal Partners, que prestam aconselhamento jurídico na lei do respetivo país”. Trata-se, nas palavras da mesma, de “uma rede de sociedades de advogados independentes que têm em comum a ambição de serem a firma de referência nos respetivos mercados, oferecendo aos clientes uma expertise verdadeiramente local e assegurando qualidade e consistência internacionais”.

A estratégia internacional da VdA passa também por Espanha e pelo Brasil, mercados onde a sociedade está presente “para identificarmos novas oportunidades de prestação de serviços jurídicos, em Portugal e nas demais jurisdições VdA Legal Partners, a clientes espanhóis e brasileiros que aqui procuram investir”. Paralelamente, a cobertura dos principais mercados de originação é assegurada através de relações preferenciais, uma vez que “cobrimos ainda os mercados de originação mais relevante – UK, US e Europa Continental – através de relações preferenciais com escritórios locais e da participação em redes de referenciação”. Para Paula Gomes Freire, “a aposta é clara: acompanhar e servir os nossos clientes onde quer que estejam e aceder a novos mercados que permitam sustentar níveis de crescimento interessantes”.

Relativamente às prioridades para o próximo ano, identifica áreas diretamente ligadas às políticas públicas, à transformação digital e ao enquadramento europeu. Entre elas estão “infraestruturas, considerando as intenções do atual Governo nesta matéria”, bem como “energia, pela sua centralidade na transformação digital”. Acrescem ainda “digital e defesa pelo alinhamento com a política industrial Europeia e considerando a vantagem competitiva de Portugal em matéria de preços de energia”, sublinhando que “o desenvolvimento de data centres e os anunciados investimentos da Microsoft são reveladores do potencial destas áreas no nosso país”.

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