A sustentabilidade continuou a ser destacada como um objetivo essencial em 2021, com as atividades e tecnologias espaciais a tornarem-se mais baratas, duráveis e limpas devido ao aparecimento de técnicas de fabrico rentáveis e ao desenvolvimento de peças e lançadores reutilizáveis, que reduzem significativamente as externalidades e o custo da investigação, lançamento e exploração do espaço.

Mas, à medida que o acesso às tecnologias espaciais se torna mais barato e o espaço se torna mais contestado, os desafios do sector espacial tornam-se cada vez mais complexos. A gestão do tráfego espacial e a minimização dos destroços espaciais são agora prioridades máximas, ao mesmo tempo que o papel do espaço para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e os objetivos ambientais, sociais e de governação (ESG) é cada vez mais reconhecido. Por exemplo, em junho de 2021, os Líderes do G7 comprometeram-se a agir no sentido de tratar o perigo crescente que os detritos espaciais representam através da criação de regras comuns para e do apoio ao desenvolvimento de iniciativas de remoção de detritos espaciais, apelando ainda a outros países para seguirem as Diretrizes para a Sustentabilidade a Longo Prazo das Atividades Espaciais. E o Fórum Económico Mundial desenvolveu um Rating de Sustentabilidade Espacial em julho de 2021, que começará a emitir certificações de sustentabilidade aos operadores espaciais em 2022.

Na Europa, estão em curso projetos de gestão de tráfego, e será publicada uma estratégia europeia para gestão de tráfego espacial no princípio de 2022. Adicionalmente, em 2021, o Manifesto de Matosinhos da ESA, aprovado na Reunião Ministerial da ESA de 2021, destaca, entre outros pontos, a importância de proteger os bens espaciais dos detritos e interferências e o papel do espaço na consecução dos objetivos ambientais. E, em julho de 2021, a ESA e a NASA assinaram uma declaração de intenções para criar uma parceria estratégica visando a utilização de dados de observação da Terra para combater as alterações climáticas. Os EUA publicaram também, em dezembro de 2021, a sua “Space Priorities Framework”, a qual aborda também a sustentabilidade como uma prioridade central.

Em África, a utilização de tecnologias espaciais para alcançar os ODS é há muito reconhecida no âmbito da Agenda 2063: A África que Queremos, com mais de 80 projetos em curso capitalizando os recursos de observação da Terra e as comunicações via satélite para este fim.